Ontem, no final da tarde
estava tao ansiosa, acredito que muito sem motivo, tinha passado o dia assim...
cheguei em casa, vi a caixa de correspondencia, e a carta que eu esperava estava lá, vermelha, cheia de selos.... com uma letra inconfundível....
demorei para abrir, aquele sentimento de quero ver o que tem aqui neste segundo, mas minhas maos nao estavam correspondendo a esta expectativa...
tremula, estava atrapalhada com bolsa, sacolas e todo o resto que eu tinha na mão.... mesmo assim abri ali, nao subiria escadas, era impossivel conter a vontade de ler algumas palavras...
veio uma fotografia e junto um choro imediato
um choro de saudade, cheio de porques...
"... tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"
Eça de Queiróz é sempre exato, existe verdade nas suas palavras, embora qualquer mulher se sinta assim, faço questão de voltar a minha segurança em poucos segundos, como um abrir e piscar de olhos...
nao que essa sensação de extase não venha a ser uma experiência exitante e mesmo que nos ponha fragilizados demais o maior perigo reside erm entregar-se sem sentir o outro entregue, esta guerra precisa ser exata.
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